terça-feira, 28 de outubro de 2008

A Chucha


Foi tão fácil tirar a chucha ao Alexandre. Aproveitando o facto de ele ser vaidoso, e com uma grande dose de sorte, uma bela manhã de Agosto (mês indicado pelo pediatra como o mês a retirar na totalidade a chucha) íamos a passear na rua em casalinhos, quando uma simpática senhora se aproximou dele.
Ela elogiou-o pela sua beleza, pela sua inteligência e disse-lhe que era uma pena ele ter chucha.
O Alexandre nunca tinha visto a senhora antes, e confesso, se a voltar a ver eu não saberei quem ela é, mas estou-lhe eternamente grata, pois ele depois de ouvir dizer que era muito mais bonito sem chucha, tirou a da boca deu-ma para a mão e disse " é lixo" !!!
Não voltou a pegar-lhe.

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Tunisia


A última semana de Agosto apresentou-se ao Alexandre como um enorme veículo de novas descobertas. Primeiro andou de avião, que foi uma grande emoção, na volta, depois de tanto andar de aeroporto em aeroporto de check in em check out, já conseguia perceber que as malas iam da passadeira rolante para um carro que as conduzia ao avião, pena que os colaboradores da groundforce em Portugal e outros que tais em Espanha e na Tunísia não consigam perceber algo de tão simples para uma criança de menos de 2 anos, pois à chegada a Hamammeth não chegou nenhuma das nossas malas, e à chegada a Lisboa voltaram a faltar 2 malas, uma das quais apareceu arrombada e desapareceram me um par de brincos de prata e um anel de ouro, fiquei para morrer.
Mas voltando ao que é realmente importante o Alexandre portou-se como o príncipe que é, cativou tanto árabes como europeus. Fez amigas kosovares – a Shanaia, russas – a Heléne, e perdeu-se de amores por uma argelina de olhos verdes, a Iness, que lhe dava a mão e puxava para dançar e brincar e a quem ele seguia de brilho nos olhos, completamente embevecido.
Na piscina aprendeu a dar mergulhos e ficava de molho até a pele encarquilhar, na praia adorou que o tio Tito o pusesse a dar pulos em cima das ondas e sentado na beira mar esperava que as ondas o molhassem e chegava a ficar com frio de tanto querer ficar dentro de água.
Á noite chegava a hora da discoteca para crianças e era vê-lo a abanar o rabo ao som da música, chegava mesmo a imitar os passes de dança dos animadores, e nunca estava cansado, claro que assim que caia na cama ressonava até às 7 da manhã seguinte.
Andou de camelo com o pai a mãe e a vovó Lena, o tio dispensou a cavalgada, mas o Alexandre parecia ter nascido para viver ali, de preferência como sultão, pois acabou por adormecer em cima do bicho apesar dos solavancos. Também nesta viagem conquistou o guia do camelo que chegou a sentá-lo no colo, e uma família berbere que lhe ofereceu um chá especial, não tão forte quanto o dos adultos.

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Férias


As férias grandes iniciaram no dia 1 de Agosto, em Casalinhos de Alfaiata, durante 2 semanas com a mamã, a bábá Lé, o vovô António e a Puska. Desta vez o papá não pode ir porque tinha iniciado uma nova etapa profissional, mas o que o Xani se divertiu compensou um pouco a ausência do papá!
Todos os dias de manhãzinha – o mais tardar às 9.00 da manhã – acordava pedindo leitinho e banhoca. Depois de se lavar, hidratar e perfumar, vestia-se, lavava os dentes, penteava-se e pedia para ir ao café, uma rotina que se tornou muito divertida pois assim via as vizinhas todas que o mimavam e até conseguiu fazer amizade com a empregada que todos os dias lhe dava uma miniatura para ele comer. Confesso que em tantos anos de frequentar este mesmo café as únicas vezes que vi um sorriso na cara da empregada foi quando o Xani lhe pedia “menina, quer bolo se faz favor”.
A praia foi uma agradável descoberta nestes dias, embora já estivesse familiarizado com a areia e o mar, foi por estes dias que descobriu o quanto gostava de brincar com a areia e de se banhar, mesmo com a água fria das praias de Santa Cruz.
A bábá Lé comprou-lhe um balde e uma pá, e ele entretinha-se assim a “arrumar a areia” como ele dizia com muita seriedade. Era um trabalho muito árduo o dele, pegar na areia com a pá e “arrumá-la” no seu baldinho.
De vez em quando apetecia-lhe molhar os pés, e pedia-me a mão, “anda ao mar mamã”.
Quando voltávamos para casa dizia adeus à “casa dos peixinhos”, às gaivotas e à areia.
Foi nesta altura que conheceu a Íris e o Zé Maria, meninos que com ele se cruzavam e acabaram por brincar todos juntos. Para além dos meninos, por quem perguntava todos os dias, queria também cumprimentar os cães dos vizinhos da frente, o Sabú e o Bernardo.
A festa da terra animou o Alexandre, foi ao baile, onde cantou, dançou e bateu palmas, aparentemente foi uma das pessoas que mais se divertiu, pois conseguiu aprender uma música e respectiva coreografia, que treinava nos dias seguintes com muito afinco. Foi a dois almoços convívio com a malta da terra e até à vacada, onde viu de perto uma “mú”.
Viu de perto ovelhas, patos, galinhas, cavalos e até um leitão, viu batatas, cebolas, abóboras e tomates, aprendeu que nada vem directamente do supermercado. Foi á feira da silveira por 2 vezes e queria ir mais, adorou as idas as compras e gostava de abraçar o panda (peluche 2 vezes maior que ele, representando o canal panda) e o urso da natura (peluche maior que eu) no centro comercial de Torres Vedras.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Coisas pequenas

Mostrou-se vaidoso quando queria ser ele a pôr o perfume todas as manhãs, e a pentear-se sozinho, uma das suas qualidades mais marcantes é a sua independência, sempre a tentar fazer tudo sozinho.
Quando lhe demos uns óculos escuros ele estranhou e não os tinha muito tempo nos olhos, o mesmo se passou com umas havaianas, que segundo ele “dói aqui”. Mas depois de lhe dizerem que ficava bem de óculos e chinelos, nunca mais os tirou.
Os beijinhos doces com a boca dele na nossa cara começaram aos 19 meses, uma altura em que se notou um desenvolvimento muito acelerado, o vocabulário sempre foi rico mas por esta altura já conseguia manter uma conversa e inclusivamente dizer o que queria ou não queria, o que gostava ou não.
Em Junho de 2008 foi passar férias a Santa Cruz com a bábá Lé, com o vovô António e a Puska. E também com os amigos Marta e Rodrigo no Algarve, que grandes festas fizeram os 3 juntos!!

segunda-feira, 20 de outubro de 2008


Por alturas da Primavera foi o aniversário da Maria Leonor em que o Xani se fartou de brincar com os amigos Nônô e Dudu, e até com o cão Salomão.
O Alexandre desenvolveu uma grande preferência por animais, sempre gostou de brincar com a Puska e com todos os cães que com ele se cruzavam pelo caminho. Sempre que saia da escolinha, por exemplo, gostava de perguntar se podia ir visitar a “Pipas” e o “Sebastião”, os dois cães permanentes da loja de animais do bairro, aproveitando para ver também os bebés que por lá passavam.
Mais tarde foram os gatos, dois gatos que viviam na rua do vovô António, a quem, ele pedia sempre que chegava para ir vê-los à janela, pegando na almofada onde se sentava. A seguir começou por identificar os pássaros e os peixinhos, sempre com uma grande ternura.
Imitou com facilidade os sons dos animais e adorava que a mamã lhe lesse as histórias dos filhotes do Gato, Cão, Porco e Vaca para adormecer, deitava-se de barriga para baixo e rabo no ar, quando lhe perguntavam como se deitavam os bebés para dormir, e assim ficava durante as historias, se levantava a cabeça da almofada, a historia parava e ele voltava à sua posição de óó.
Quando foi de férias com a bábá lé viu carneiros, patos, galinhas, coelhos, vacas, um sem número de animais passou então a fazer parte não só do seu imaginário, mas também do seu quotidiano. Os papás já lhe antevêem uma grande carreira como veterinário! Ou cozinheiro, uma vez que gosta tanto de comer, mas por outro lado…bailarino? Enfim, será aquilo que o coração e a vocação lhe ditarem, sem pressões.

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Aventuras

Atirei o Pau ao Gato - Vários
Desde sempre o Alexandre acordou bem disposto, quase nunca a chorar, e quando isso acontecia era certamente porque estava num sonho mau, ou porque tinha fome, normalmente ficava sossegado a brincar com os bonecos que lhe enfeitavam o berço. Mais tarde, depois de se mudar do quarto dos papás para o dele, que aconteceu aos 4 meses, e quando já começava a falar, sabíamos sempre o que o bebé queria, como começou a desenvolver vocabulário muito cedo, não tardou a acordar de manhã, com um sorriso nos lábios dizendo:”Mamã, quer papa!”
Aprendeu muito cedo que se pedisse “se faz favor”, se dissesse “obrigado” e ainda “com licença” a vida lhe corria muito mais de feição, e então era ouvi-lo: “mamã, quer bolacha, se faz favor”; “papá, quer água, se favor”; “obrigado Tia Paula”
A segunda vez que cortou o cabelo, já era um grandalhão tinha 15 meses, e esperto! Depois de se ter portado como um senhor, sempre sossegado, à hora do jantar disse à mamã: “A menina, blablabla, o cabelo do xandi, blablabla, na cadeirla”, foi uma risota.
Quando o tempo melhorou e o sol abriu, estávamos em Março, o Alexandre e os seus amigos encontravam-se depois da escola, na praceta em frente à nossa casa. Era uma rua cheia de vida e animação, o Rodrigo (3ºA), a Marta (4ºB), a Bia (1ºB), a Madalena do lote 6 e colega de turma, assim como o Tiago também do lote 6 faziam da rua o seu reino, ele era carrinhos e triciclos, bolas e balões, tudo servia para brincar e apanhar ar.
No dia 28 de Março de 2008 disse pela primeira vez “Puska” em vez da “Puca” que utilizava para chamar a sua cadela. Mais tarde aprendeu a chamá-la de "lindinha", "animal", "Puska linda", e lá andava ele atrás dela sempre a fazer-lhe festas, a querer dar-lhe biscoitos, a encostar a cabeça no lombo para lhe dar miminhos e a ter invariavelmente como resposta umas lambidelas doces.
Em Abril 08 a família pipoca foi ao supermercado, e o Alexandre, como sempre gostou muito de pão, disse com um ar muito decidido ao padeiro: “Senhor, quer pão se faz favor!” apartir desse dia, o supermercado foi sempre um local de eleição, por vezes dizia que queria ir ao café, outras ao supermercado, gostava de ir às compras (saí à mãe).

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Natal


O primeiro Natal do Alexandre tinha ele mês e meio, recebeu muita roupa de prenda e uns poucos brinquedos pois ainda era muito pequeno para aproveitar. No entanto, foi o melhor Natal que a família viveu junta porque tínhamos um novo membro a alegrar as nossas vidas, um raiozinho de sol num inverno chuvoso e frio.
Foi por alturas do dia 24 que o tio Tito se sentou no sofá e o recebeu nos braços, sem se mexer porque o medo de o “partir” era enorme, acho que só lhe pegou convenientemente depois de o Xani já se saber endireitar, mas foi um gosto ver o tio tão embevecido com o “seu” menino, uma situação que se manteve, a cumplicidade entre os dois e a ternura que partilham é motivadora.
A tia Inês também o pegou da mesma forma, sentada no sofá com o bébé ao colo, acho que nem respirou enquanto ele dormia nos seus braços, e como brilhavam os seus olhos encantada com o "brinquedo" novo.
Os bisas não cabiam em si de contentes, até porque para todos os 3 foi o seu primeiro bisneto e parecendo que não, aos 80 anos a vida deve ter outra perspectiva ao ver-se a continuidade da nossa família para lá de nós.
As avós e o avô Vitor também estavam encantados e felizes com o seu novo estatuto de avós. Um dia mais tarde perguntei-lhes o que significava o Alexandre para eles, curiosamente as avós responderam o mesmo, “uma luz” nas suas vidas, o avô ainda hoje não me respondeu.
Tios, tias e primos rumaram ao almoço de Natal para verem o recém nascido que já nessa altura a todos conquistou o seu coração.

O seu segundo Natal, e o primeiro que apreciou, foi muito engraçado, tantas prendas para abrir, tantos bonecos novos para brincar, foi verdadeiramente uma festa. A sua prenda para os papás foi nada mais nada menos que a sua mãozinha papuda num azulejo, os papás ficaram babosos. Antes disso, a melhor prenda de Natal que o Alexandre tinha já dado aos papás no dia 23 de Dezembro foram primeiros 3 passos, depois desse dia nunca mais ninguém o parou!
Era um gosto vê-lo correr a casa toda e descobrir o que o seu fabuloso mundo novo tinha para oferecer.