terça-feira, 30 de setembro de 2008

O Primeiro Aniversário



Aos 12 meses foi a festa do aniversário e do baptizado, uma grande alegria para ele que tem a casa cheia de pessoas de quem gosta muito, tios, tias, padrinho, madrinha, avós e bisas, primos, e amigos, todos juntos para festejarem o primeiro ano da vida do “bebé mais lindo do mundo”, que espanta todos quando diz que tem 1 ano e espeta o dedo indicador no nariz de quem o ouve, para não haver dúvidas.

A sua entrada na vida cristã, foi precisamente no mesmo dia – 4 de Novembro 2007. Dormiu o tempo todo enquanto o padre falou, mas assustou-se quando a água lhe molhou o cabelo, tremia nos braços da mamã num berreiro imenso sem se aperceber do que lhe estava a acontecer nem de onde estava, mas acalmou assim que reconheceu os entes mais queridos.

A Dulce foi convidada para ser madrinha do Alexandre no dia do casamento dos papás, ela que é a melhor amiga do pai desatou a chorar e maldisse a hora em que se tinha controlado durante toda a cerimónia do casamento para na altura em que foi informada da nossa vontade se desfazer em lágrimas, o Alexandre foi desde esse dia o menino dos seus olhos, mesmo antes de o conhecer, e ele retribui tendo saudades e dizendo que quer falar com ela sempre que se lembra.

O Gonçalo acreditou quando 2 anos antes uma amiga comum lançou o rumor de que eu estaria grávida porque ela queria um sobrinho, e ficou tão comovido por ir ter um bébé dentro do gang que lhe ficou prometido que seria dos primeiros a ser informado da sua vinda e que teríamos todo o gosto em tê-lo como compadre, ele chorou. Inundou o afilhado de ténis para que não lhe faltasse o gosto pelo futebol, de mimos sempre que está com ele e embora tenha um emprego com horários diferentes, sempre que lhe dizem que o Alexandre perguntou por ele tem remorsos de não passar mais tempo com o seu menino.

Foi uma festa muito animada, em que o Xani recebeu de braços abertos os amigos e a família, seduziu para a direita, encantou para a esquerda, adorou receber toda a atenção que merecia e ainda mais feliz ficou com os brinquedos imensos que recebeu de prendas.

Quando a Nônô lhe roubava os brinquedos que acabava de receber apenas encolhia os ombros, e passava a desembrulhar o próximo, sem dramas. Foi então que a mamã lhe disse: “Habitua-te meu querido, isto é tudo o que vais ter das mulheres que passarem pela tua vida, elas levam os brinquedos, o carro, a chave do carro, a alma e deixam-te de rastos, sem ter onde cair morto.” Um dia mais tarde ele vai agradecer-me a dica!

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

As primeiras paixões




Nos finais de Outubro de 2007 o bebé descobriu uma manha, fazia cara feia quando chegava à escolinha, devia ser para tentar imputar um sentimento de culpa nos papás, mas depois ficava tão contente com as canções, histórias e brincadeiras que lhe ensinavam durante o dia que acabava por se esquecer das caretas.
Foi por essa altura que aprendeu a mostrar onde ficava a cabeça, e sabia localizar tudo: olhos, dentes, boca, nariz, orelhas, cabeça e cabelo. Aprendeu também onde estavam os braços, as pernas, os pés e as mãos e até as unhas!!!
Foi com facilidade que disse “pé” e que cantou “O Balão do João”, a sua música favorita, daí até cantar “Olha a Bola Manel”, “Atirei o Pau ao Gato”, “Come a Papa, Alexandre”, foi um instante.
Intrigante como as crianças desde tão pequenas nos conseguem demonstrar as suas preferências, o Alexandre não liga à televisão, mas os seus cromossomas estão certamente bem definidos, quando aparece um jogo de futebol, ele pára e olha para o ecrã, o mesmo se passando com anúncios a automóveis, não sabemos se as cores e os movimentos o fascinam, mas é a m ais pura das verdades.
Diria também que tem uma particular preferência por louras, pois desde que aos 9 meses no centro comercial, estando ao colo do pai rodou sobre si mesmo para acompanhar os movimentos de uma senhora de longos cabelos louros, nada mais nos surpreende relativamente a meninas, nem quando deu o seu primeiro beijo na boca à vizinha do lado a Martinha, nem quando o fez também no aniversário da Nõnô, ou quando as tias me disseram que encostava a cabeça no colo da Bá – uma coleguinha da sala dos mais velhos – e que esta lhe fazia festas na cabeça e lhe dava beijinhos na testa.
Por outro lado havia mais uns beijinhos que ele não dispensava, os da Puska, de vez em quando dizia "Puska, deixa o menino", ou imitando a mãe "Sai Puska" abanando a mão num gesto brusco para intimidar a pobre da cadela, mas em outras alturas assim que chegava a casa dizia "Dá beijinhos ao menino Puska", rindo-se muito depois de ser lambido, altura em que o papa e a mama diziam "Lá está ela a lavar-lhe as amigdalas". A cumplicidade entre ambos foi em crescendo, e o Xani não consegue ver-se sem a Puska e esta fica tristissima sem o seu menino.

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Quase um "homem", em fase de grande crescimento


Em Setembro mudou-se para uma sala nova, está um crescido com 73 cm, tem a tomar conta dele a Tia Filipa (PiPa) e a Tia Joaquina (Kiki), mas ainda assim não esqueceu as Tias que o iniciaram, sempre que pode demonstra-lhes o seu afecto ao fugir da Sala Natureza para a Sala Céu, para lhes provar que mantém por elas uma profunda admiração e um amor incondicional como só uma criança de 10 meses pode ter. E as novas tias não se ficam atrás, trabalham muito, para lhe ensinar a enfrentar a vida com um sorriso nos lábios, canta, dança, brinca com todos os objectos que lhe aparecem, aprende a comer como um bebé grande, gosta de pedir “leitinho”, “pão”, “banana”, “batatas”, “iogurte”.

O Alexandre mamou até aos 7,5 meses, como os dentinhos lhe começaram a nascer aos 6 meses, a mamã teve de terminar as mamadas porque ele mordia! A mamã ficou muito triste porque aquele era o “nosso” momento, um vinculo muito grande se estabeleceu entre mãe e filho no decorrer das refeições, o cheirinho do bebé entrava narinas adentro e era tão doce sentir os pezinhos pequenos nas pernas, o bebé enrolava-se todo na barriga da mamã na ultima toma de leite, perto da meia noite e adormecíamos os dois assim juntinhos. Começou então a comer papas, depois passou a fase das sopas e finalmente passou a comer exactamente o mesmo que os papás, inclusivamente na creche aos 14 meses já sobe e desce escadas acompanhado pelas tias para ir almoçar e lanchar ao refeitório que fica na cave. Adora pão, sopa, arroz, peixe, carne, massa, enfim continua a sair ao papá, e como ele próprio diz: “o Alexandre papa tudo”.

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

A sua primeira semana de férias


As primeiras férias do Alexandre foram passadas em Santa Cruz.

Foi um Verão péssimo o de 2007, sem calor e com muito vento, tentámos leva- lo à praia, para ele mexer na areia - intrigou-o muito o facto de esta lhe fugir por entre os dedos - e para experimentar a água do mar, mas as nossas tentativas de bons dias de praia foram frustradas.

Conseguimos ir 2 dias à praia, em Santa Cruz estava frio e não estivemos mais de meia hora, para o menino foi uma experiência maravilhosa, o que ele explorou a textura da areia e a maravilha que foi vê-lo a olhar o mar, ainda que com o frio que estava nem ousámos dar-lhe banho, só molhar os pezinhos, o que ele adorou!

O papá estava cansado e acabámos por ficar em casa o tempo todo, no entanto, passou 1semana inteirinha com a Tia Inês, que se bem que o adora, parece que tem medo de lhe tocar por ele ser ainda um pequenino.

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

A Creche

Ao 6º mês começou para o Xani uma nova etapa, entrou para a ACB, a Tia Selma (XeXé) e a Tia Amélia (MéMé) iam passar a tomar conta dele, assim como a Tia Paula, embora esta só em part-time porque ser a dona da creche, o que lhe ocupava uma grande parte do tempo.
A creche foi para ele apenas mais uma brincadeira e um novo local de exploração. Os mimos, o carinho, a atenção e a dedicação das tias impediram-no de chorar por sair dos braços da mamã ou do papá para os braços de qualquer uma das suas tias preferidas.
Com elas aprendeu a dizer “olá” – a sua primeira palavra - “cão”, “adeus”, “bola”, “mamã”, “papá”, “azul”, e “puka”, entre tantas outras palavras.
Foram as tias que descobriram aos 6 meses o romper dos seus primeiros dentinhos, dois de uma vez!
Aprendeu também a bater palminhas, a mandar beijinhos e a fazer o gesto de quem diz onde a pitinha põe o ovo.
Com elas rodou sobre si mesmo, gatinhou pela primeira vez, sentou-se sem ajuda e ainda deu o primeiro impulso para a caminhada, pôs-se de pé.

É um bebé feliz, mostrou-nos quando com elas aprendeu a gargalhar.

terça-feira, 23 de setembro de 2008

A recepção da família




O mundo passou a partir do primeiro dia a ser o seu salão de jogos!

A curiosidade fazia dele um boneco sempre em pé, mas por enquanto ainda deitado. Os primeiros 5 meses foram passados na companhia da mamã e da Puska – a cadela que por ele se apaixonou desde o dia em que lhe pode dar beijinhos nas plantas dos pés.

Foram 5 meses de grande dependência, comer e dormir eram os seus desportos favoritos, pelo menos a mamã achou que até aos 3 meses o Alexandre quase nada fazia senão chorar quando tinha fome - e que fome, já nessa altura saia ao papá, comilão - e depois de ter a barriga cheia, dormir.
A partir dos 3 meses a diferença foi-se notando, os olhos absorviam tudo quanto o rodeava e iniciava a sua exploração, as caras, as vozes, o meu próprio corpo, as luzes, o movimento, razões fortes para começar a dormir menos tempo e aprender tudo quanto podia.

O 5º mês foi a alegria das avós, a mamã voltou ao trabalho e 15 dias foram passados com a bábá Lé, outros 15 dias com a vóvó Lena, foi uma experiência deliciosa para todos, o bebé aprendeu a lidar com novos hábitos e novos lugares, novos cheiros e novas caras, tornando-o aberto ao mundo que ele abraçou sem medos, sem receios.
O Xani foi um bébé muito desejado, o centro das atenções de todos quantos desde cedo o rodearam, o pai chorou no dia em que soube da sua existência, a mãe ansiava poder senti-lo nos braços. As avôs estavam radiantes, os bisas não conseguiam esconder a felicidade de poderem conhecer o seu menino. O tio Tito reservou as manifestações para mais tarde e a Tia Inês sentiu-se verdadeiramente "adulta" em relação aos amigos e colegas.
A Puska sentiu uma ternura imediata por aquele pedaço de gente, suspirando por poder demonstrar-lhe o afecto, cheirando e tocando levemente com o focinho. Um dia fui dar com ela de 4 patas em cima da esperguiçadeira, ele dormia tranquilo, quase diria aconchegado.
Até a vizinha do lado a Martinha de 2 anos se apaixonou assim que o viu, e desde esse dia se tornaram os melhores amigos, passadas 2 semanas do Alexandre nascer, nasceu também aquele que com a Marta iria tornar a sua vida rica em amizades, o Rodrigo, o vizinho de baixo.
Todos os amigos da mãe e do pai acabaram por se render aos encantos do "bébé mais lindo do mundo". Sedutor, brincalhão, meigo, voluntarioso e com ares de quem sabe tudo o que quer, consegue levar à certa quem com ele se relaciona com um sorriso e um brilhozinho nos olhos.

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

O ínicio




A grande aventura do Alexandre começou no dia 4 de Novembro de 2006 pelas 9 horas e 48 minutos.
Era 49 cm de gente e tinha 3.480 gr. Já nessa altura era um bebé lindo e a lua devia ser favorável porque sorriu desde o primeiro dia.
O primeiro impacto:
“Estava tão bom dentro da barriga da mamã, cá fora está frio e tenho de aprender a respirar sozinho, quero voltar para onde estava e deixo que o mundo o saiba, pelo que abro bem a goela!”
O sangue começa a circular sem a ajuda da mamã, progressivamente adquire os 5 sentidos
O tacto, principalmente através da boca, que o leva a novas descobertas, comer sozinho vai obrigar a que o seu aparelho digestivo funcione pela primeira vez;
A audição - sabe de imediato que o batimento cardíaco que ouve corresponde àquela voz que ele tão bem conhece, é a mamã, e aquela outra, era a voz que o acalmava do outro lado do desconhecido, é o papá;
A visão: depois de 9 meses é bom dar forma e rosto a quem tão bem me cuidou, ainda que só os consiga ver a 25 cm dos olhos pouco habituados à luz e ao movimento;
O odor, nada se compara ao cheirinho tão familiar da mamã;
O sabor, provar o leitinho quentinho directamente da produtora, é um luxo a que poucos se podem dar e nunca por muito tempo.

Que 1º dia tão fatigante!

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Uma história contada a 6 mãos e 4 patas



O Alexandre nasceu há já quase 2 anos, nesse tempo tentei não perder o fio à meada e sempre fui escrevendo a história dele.
O que vou aqui fazer é nada mais do que contar o que se passa de interessante na vida de uns jovens pais com um bebé milagroso e uma cadela mimosa.
As aventuras vividas a 4 numa relação que se quer cúmplice e próxima, e todo o amor que nos rodeia quer por parte da familia quer dos amigos.

A primeira vez que eu e o pai vimos o xani ele era assim, aqui parece grande mas na realidade não era maior que um feijão, o nosso "bé guiga", porque segundo o médico que fez a eco era barrigudo.
Apartir desse dia passámos a ser a familia "guiga" o "bé guiga", a "ma guiga" - porque eventualmente esta iria crescer - o "pa guiga", a quem já não faltava nada para ser um pancitas e a "pu guiga", esta pelas razões opostas, porque a pobre da Puska sempre foi tão magra que nem barriga tinha.
As nossas vidas mudaram logo nesse dia, o ouvir bater o coração, o ver o nosso filho mexer foi uma emoção tão grande que acho que nem o pai nem a mãe conseguiram conter a lagrima teimosa no canto do olho, que rapidamente tentaram disfarçar porque não se coaduna com a nossa imagem de pais modernos. Se soubessemos o que iriamos chorar de emoção a partir desse dia não nos teriamos preocupado.